27.3.13

Uma viagem


Garoto to assim, meio mole, meio difícil pra ti. Se você entra no bar e pede uma bebida um sacana vem pra te comprar ou pagar. Sozinha não dá e contigo não rende, garoto você não ta sabendo de onde é e pra onde vai, só raspa tua barba no meu rosto, fica de papo comigo. De onde veio tanta gente? E todo mundo se enturma, não sei o nome de ninguém. Cadê eu na multidão? Então rola e vai... seus fios lisos no meu olfato, que perfume tem que não posso negar? Quero a solidão do errante e a purificação de um santo... quero a punição do diabo, se enlaçando no meu passo enquanto danço “ I want you (She´s so heavy)”,  pensa nisso enquanto tu fuma um deitado no carpete, como se a música quisesse dançar com o seu corpo e você quer se enroscar nela como se sua alma ficasse com tesão. Dai  você se lembra que ta naquele bar escuro e sujo, com o pior tipo de gente possível mas uma bira barata.
Rola sexo ali pelas 3 e pouco da manhã, a bebida fazendo  o efeito erótico de um movimento seguido meio curvilíneo. O peito e a barriga e a curva das cochas, sentindo o suave ofegar e o cheiro de suor e dos cobertores recém lavados de um hotel a quinze pratas por noite (sem o mini bar) sente a sensual sensação de um gemido e uma tremida, pelos eriçados enquanto ninguém regula a respiração, tragando um cigarro de cravo, o único que restava. A gente se levanta e não se fala, toma banho e saí pra brisa fria de um outono gélido. Volto pra casa enquanto meus pulmões gritam por Deus. Enquanto a garganta dói como um purgatório.
Dormir a noite dá medo, mas é melhor apagar a luz no fim do túnel hoje e dormir com boas cobertas antes que o inverno comece.  O inverno se aproxima.

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