29.9.13

O mundo fica mais quente
quando olho
e percebo
em você
as minhas marcas
As tuas palavras
descem do peito
passeando
desejando
entrando
Eu suspiro pra não dizer
o "a" daquilo que te espanta
pra não dar nome
à situações
Estou muito ocupada
ou culpada
pra dar voz ao
sentido
Enquanto tu vaga
me desarma
Eu nunca fui assim

24.9.13

Ne me quitte pas

Eu acho que tudo o que eu começo a fazer ou escrever é um erro e to apagando. Diabos, eu to presa em reticencias e coisas guardadas aqui dentro de mim, não deixo nem salvar uma frase, uma açãozinha pra mudar, pra pegar de onde parei e tentar dar uma remendada. Queira me desculpar por essas coisas recentes que eu ando escrevendo, estou confortavelmente enuviada. Sem a dor ou a raiva eu não sei ser eu, só sei existir, por enquanto.

12.9.13

A fumaça dos cigarros se acumula,estamos você e eu sentados de fronte um pro outro então você me pergunta "seria diferente?" te respondo pois, que não, que demos certo apenas uma vez, eram outros os tempos, os buracos e as faltas agora são diferentes, alguns por sinal, foram por causa tua.
Você dá uma tragada,bagunça o cabelo, frustrado, e eu mudo meu olhar pra janela um tanto incomodada. Dá pra contar nos dedos as ocasiões as quais fomos recíprocos, que nossos sentimentos se tocaram e se misturaram como café com leite. Hoje nada mais somos que água e nescafé. Não era o mesmo.
"E tu acreditas que ainda te quero bem?", sorrio e afirmo que sim, lhe toco a mão, te sinto, sinto tanto, sinto muito, e não sinto nada. É se não uma pena que não fomos feitos para permanecer juntos, porém lhe afirmo que é o melhor, não suportaria te ver distante mais uma vez pois morria eu de saudades e tu de nostalgia. Não era nosso tempo, apenas era um tempo nosso. Nada foi sério nem oficial então não restara nada a se jogar fora a não ser uma segunda chance.
Me olha teus botões negros, por um segundo me sinto menina e cruzo os tornozelos, tensa. Tu ainda me meche sabia?, "Sabes bem que sinto o mesmo. Nos quisemos tantos, pra onde foi tudo isso?" Me sinto enjoada com a pergunta e bebo minha taça de vinho, molhada a garganta, tirado o nó te explico, que  não há mais palmas suadas e corações palpitantes para idade como as nossas... "Apenas finais amargos." Baby, você não poderia estar mais certo que à anos atrás. Nosso romance devia ter sido guardado numa foto, duraria mais que a gente.
Ainda bem que não casamos. 
Ainda bem que não adotamos um gato.

3.9.13

Desabafo da utopia

Eu quero igualdade. Não em dinheiro. Não em direitos. Quero igualdade nos deveres. Sonho que um dia as mãe vão educar seus filhos, não para crescer e serem homens e mulheres de sucesso, mas antes de tudo, para serem iguais em comprometimento. O dia em que o filho lava a louça e a filha seca, e no próximo é vice e versa, sem reclamações porque o conceito do que é justo vai estar acima do que é costume, acima de qualquer privilégio, gênero ou idade. Quero presenciar o dia em que o pai e a mãe vão dividir tarefas domésticas, que toda a familia vai querer ver a unidade dar certo, que todas as pessoas tirem a cabeça do virtual e do teórico e comecem a fazer as coisas por que é necessário. É igual.
Eu adoraria ver o povo tirar esse preconceito de mulher na cozinha,criado pelas mulheres E homens. O lugar de ninguém é na cozinha ou no quarto ou na sala só por contribuir financeiramente a mais, se não, qual é o fim de se ter uma familia? Não há mais o conceito da prole ajudar na plantação ou fazer comida, mas parece que isso continua ali, cravado no inconsciente, porque isso sempre aconteceu isso sempre vai ser assim.
No dia que as pessoas criarem cidadãos, gente consciente do que precisa ser feito, será o tempo em que não terá feminismo, machismo ou igualdade. Tudo será meramente senso comum.