26.11.13

Ando a procura

Eu queria estar numa tarde quente de verão, perdida na natureza com você. Nós andaríamos pela floresta, respirando pesadamente enquanto procurávamos um lugar para esfriar nossos pés cansados e ficar altos.
Finalmente acharíamos um rio, onde sentaríamos nas pedras frias e tiraríamos nossos sapatos, você abriria a garrafa de vinho tinto enquanto eu acenderia um baseado. Não ouviríamos nada mais do que o silêncio, talvez vento balançando os galhos das árvores. Sentiria a caricia da cada elemento e me arrepiaria enquanto passo a vez e você me alcança a garrafa, olharíamos um para o outro com afeto decidindo deitar sobre os musgos.
Por não falarmos eu ficaria pensando que não queria estar em outro lugar a não ser nessa paz com você. Meus pulmões se sentiriam quentes, meu corpo começaria a ficar leve e minha mente anuviada e nesse momento eu poderia jurar que eu só fico completa quando você está sobre minha pele, naquele seu jeito quieto e pacífico.
Eu não teria mais necessidade da dor ou da destruição que eu frequentemente procurava, pois eu saberia que doeria mais em você do que em mim. O paraíso nunca pareceu tão perto agora que seus lábios procuravam os meus. Agora que a cidade estava há km de distância sinto que estamos ainda mais próximos.
Quando teu cabelo cai sobre minha face eu não mais sinto medo do escuro. Quando sua barba faz cócegas no meu pescoço eu sei que estou me divertindo. Quando você sorri e as folhas caem delicadamente, tenho consciência de que os anos que passaram tinham me machucado tanto que eu não conseguia ser esperançosa, mas agora eu vejo que o caminho que eu segui me levou até aqui. Eu tomo conta de mim, sou confiante e  tudo porque um dia eu simplesmente não conseguia mais me odiar, por causa que você me amava.

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